segunda-feira, 1 de julho de 2013

Lápide de amor

Minha vida eterna em paixão,
Sonhos que brilham na imaginação,
Vida linda de viver.
Um dia cinza,
Pupilas dilatadas ao horizonte,
Lembranças de momentos mágicos,
De vera, que lembro de tudo, tudo sorrindo.
Gravo saudade e gratidão
Nesta lápide de amor.

(Cleiton Werner)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um conto incerto



Um dia qualquer cheio de emoções
Um olhar, um clicar, um toque, um entrar

Uma madrugada incomum inundada de tédio
Um olá, um curtir, um sorrir, um refletir

Outro dia chegou com pensamentos a mil
Um lembrar, um imaginar, um sentir, um recuar

Madrugada comum sem muito que esperar
Um olá, um segredo, um espanto, um medo

Dias, tardes e madrugadas estrearam no palco
Vários papos, várias trocas, vários sentirdes, vários desejos

Dias se tornaram semanas e as conversas rotineiras
Várias semelhanças, várias diferenças, várias brigas, vários medos

Um dia se chega, o presente se grita
Várias ansiedades, vários freios, vários sentimentos, várias inseguranças

Antes que termine o dia, o não se estendeu
Várias tropeços, várias quedas, várias palavras, várias lágrimas

Um dia se passa, na noite seguinte
Um ligar, um acionar, um acelerar, um sorrir

Junto com ela veio também as inconstâncias
Um conversar, um desencontrar, um partir, um esperar

Dias, tardes e madrugadas voltam ao palco
Várias declarações, Várias discussões, Vários choros, Vários desabafos

Uma noite qualquer, uma foto postada
Um não se importar, um pouco sentir, um ferir, um silêncio

O dia chega desesperançoso e pesado
Um ligar, um fugir, um falar, um não sentir

Outro dia se fez presente cheio de planos e pensamentos
Ir ou não ir? Ligar ou não ligar? Sentir ou desligar?

A dúvida se passa, o sim estreou
Vários sentimentos, várias defesas, várias ideologias, vários planos

Os dias se tornaram horas, horas minutos, minutos segundos
Um tocar, um olhar, um sorrir, um falar

Aproveita-se em horas o vivido em meses
Um abraço, um sorriso, um caminhar, um abrigo

Nas inconstâncias da alma nasce uma brecha
um falar, um parar, um sentir, um frear

As horas se tornaram segundos que trouxeram os limites
Um olhar, um abraço, um falar, um abraço

Derrepente o tão perto se torna longe
vários sentimentos, vários pensamentos, vários desejos e apenas um nome...

Permanecer? Sim . Onde? Não sei. Por quanto tempo: Indeterminado

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O guardião do existir



 

Tempo esse que rege nossos dias
Que delimita os nossos espaços
Que tornam os momentos finitos
Que a todo instante nos lembra que precisamos construir, mudar, lapidar
Que precisamos conquistar, amar e eternizar...

Tempo esse da ordem do imprevisível
Que não nos dar pista do que iremos viver, olhar, sentir
De quem iremos encontrar, reencontrar ou perder
Que nos faz questionar o sentido de estarmos aqui
De sentir o que sentimos, de atuar como atuamos e de registrar o que mais nos toca...

Tempo esse da ordem do intenso
 Que é internalizado por cada um de uma maneira peculiar e interpretado conforme as nossas vivências, feridas e cicatrizes
 Que torna intenso o despertado pelo imprevisível
Que torna eterno a dimensão o que se é intenso...

Tempo esse da ordem das profundezas
Que nos faz encontrar nas ambiguidades os sentimentos mais estridentes
Que nos permite enxergar no medo o amor mais puro
Que mostra um carinho apagado presente entre o ódio e a raiva
Pela covardia, pelo orgulho de se manter sempre mudo...

Tempo dos novatos e dos extremos
Que guarda, que pune, que ensina, que une...
Que aproxima, que retêm, que supera, que exclui...
Que fortifica, que enfraquece, que derruba, que seduz...
Tempo do intenso, tempo do imprevisível,  tempo do universo, tempo do tempo, tempo guardião do existir, tempo...

(Enildo Duarte)




segunda-feira, 6 de maio de 2013

Insumo do dinamismo humano



Olhos,
Olhos inquietos,
Olhos que brilham
Olhos que se escondem

Olhos,
Olhos sarcásticos
Olhos que mentem
Olhos que te enganam

Olhos,
Olhos tímidos
Olhos que fogem
Olhos que se encontram

Olhos,
Olhos teimosos
Olhos que lutam
Olhos que te domam

Olhos,
Olhos tristes
Olhos que choram
Olhos que se ofuscam

Olhos,
Olhos inocentes
Olhos que sonham
Olhos que te encantam

Olhos,
Olhos supérfluos
Olhos que fingem
Olhos que se exalam

Olhos,
Olhos sinceros
Olhos que sentem
Olhos que te amam

Olhos,
Olhos da alma
Olhos da mente
Olhos do humano

(Enildo Duarte)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

As interfaces da imperfeição


E se as coisas fossem perfeitas, não existiria lições de vida. Não haveria arrependimentos e nem descobertas...
Se tudo fosse perfeito, mãos não se uniriam e sonhos não seriam valorizados
Se tudo fosse perfeito, olhares não se completariam e gestos passariam despercebidos.
Se tudo fosse perfeito, as lágrimas não existiriam, as palavras seriam perfeitas.
Se tudo fosse perfeito, eu pularia no abismo sem medo da morte, pois asas eu ganharia.
Se tudo fosse perfeito, eu atravessaria o oceano sem medo de ser levado pelas ondas, sem receios de me perder em suas profundezas.
Se tudo fosse perfeito, dores não existiriam e a cura não seria procurada.
Nada é por acaso, pois nem o destino é PERFEITO!

(Douglas Nocheli)

Sonho mascarado de uma vida



Eu quero soltar pipa na rua
Viver a liberdade de uma folha ao vento
Descobrir os desejos mais profundos de minha alma
Concretizar os anseios de uma vida, driblar o tempo

Quero encontrar em cada sorriso o elixir da vida
Libertar todos os meus pássaros
Abrir as gaiolas dos meus medos
Superar os obstáculos passo a passo

Quero descobrir no meu eu o sentido do existir
Experienciar os sentimentos mais intensos e os mais chulos
Enfrentar as vivências mais felizes e mais dolorosas
Acreditar nas minhas potencialidades, dar meus pulos

Quero dar língua para toda hipocrisia disseminada
Sorrir da cara dos invejosos e dos falsos
Impulsionar o crescimento do que existe de mais belo em mim
Avivar todos os meus laços

Quero encontrar verdades no sonho mascarado de uma vida
Sentir as mais diferenciadas sensações
Viver as ficções mais utópicas e desestruturadas
Identificar a essência das minhas emoções

Quero viver nas paixões e morrer no amor
Degustar o nada de cada tudo
Achar na imperfeição o sentido de estar vivo
Perceber no barulho mais estridente o valor do sentimento mais mudo

Quero amigos que façam de cada momento um usufruto da felicidade
Amar como se fosse a minha última vez
Sonhar em direção ao mais inusitado
Entender entre o sim e o não o poder do talvez

Quero respirar o ar mais puro
Encontrar na solidão o sentido da união
Atuar ativamente na vida dos meus amores, dos meus amigos
Repousar da realidade de uma vida nos mais diversos berços do coração

(Enildo Duarte)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Anjos


                        


Pois é, eu acredito em anjos
Mais não nesses anjos bonzinhos e intocáveis
Acredito em anjos da noite
Que não se vestem de branco
E que não falam palavras doces

Não acredito em anjos que voam
Nem assexuados
Acredito em anjos que lutam como guerreiros
E que vivem como humanos
Que desejam, que amam e que sofrem

Não acredito em anjos que tocam as pessoas com poemas
Nem que prometem dias melhores
Acredito em anjos que atuam
E que fazem acontecer suas crenças
Que caçoam, que criticam e que cobram

Os anjos não são os mais bonitos e nem os mais aceitos
Eles são os mais sofridos e os mais intensos
Não são os mais sorridentes e nem os mais sociáveis
São os que conseguem em sua serenidade e seriedade
Brilhar quando todas as luzes não estão voltadas para si

Eles não vivem em igrejas e nem pousados em nuvens
Eles vivem em cemitérios, em necrotérios, em bosques escuros
Não são as melhores companhias e nem os mais solidários
São os melhores amantes e os mais impulsivos
São os que mais sofrem com os fracassos e os que tardam levantar

Possuem personalidade forte e se utilizam de palavras agressivas
E quando amam são os mais sensíveis e vulneráveis
Não viveram em berços de ouro e nem tiveram antecedentes amorosos
Enxergam hipocrisia nas bondades e falsidade nos sorrisos dos aceitos
São os que fazem da falta um motivo de procura maior

Os anjos são aqueles que são taxados como espinhos
Mais que na verdade são mais belos internamente do que muitas rosas
São os mais machucados, os mais feridos, os mais carentes
São os mais desconfiados, os mais destemidos, os mais exigentes
São os que caem, mais que o renascer é ainda mais esplendoroso

Possuem um brilho escuro , ofuscante e próprio
Gostam de coisas sem vida, sem brilho
Talvez por se assemelharem às suas cicatrizes
São os mais educados, os mais instintivos, os mais audaciosos
São os que mais lutam, os que mais perdem, os que mais amam
São os mais odiados, os mais invejados e os que mais vivem

Vivem ao seu modo, do seu jeito e no seu mundo
Mundo de fantasias e realidades
Degustam solidão em pequenas doses
E quando conquistam verdadeiramente, conquistam pelo que são
E não pelo que os outros desejam de si
São os mais autênticos, os mais amigos, os mais admiráveis!
Você conhece um anjo?

(Enildo Duarte)