terça-feira, 26 de março de 2013

Ego versus Ego



Na insatisfação da não concretização dos meus desejos
Experimento a amargura dos meus medos, dos meus conflitos
Questiono os limites de uma vida
E percebo que na verdade eu sou o meu maior obstáculo

Tenho total poder sobre a âncora do barco de minha vida
Sou eu quem decido os destinos e os caminhos
E mais ainda sou eu que decido como navegar

Ao mesmo tempo que me puno me protejo
Ao mesmo tempo que me procuro me perco
Ao mesmo tempo que me amo me odeio

É tudo tão constante e ao mesmo tempo inconstante
É tudo tão intenso e ao mesmo tempo superficial
O certo se torna incerto e o errado se torna viável

O tudo se torna mais completo do que o nada
O imperfeito se torna mais belo que o perfeito
E o infinito cada vez mais utópico

Dentro de mim conheço bosques e florestas sombrias
Vivencio dias ensolarados e tempestades avassaladoras
E mesmo no meu pô do sol tem um pouco de escuridão

Tenho total controle sobre a âncora da minha vida
Posso escolher quando parar ou navegar mais lentamente
Porém não posso prever os riscos da navegação

Sou meu fiel aliado e ao mesmo tempo meu pior inimigo
Fugo de mim mesmo e mostro o meu esconderijo
Me acalmo, me irrito, me consolo e me bato

E mesmo na calmaria dos meus lagos internos
Eu consigo promover as mais avassaladoras perturbações
E despertar os mais obscuros medos da minha alma

Me ajudo a enfrenta-los e me alegro quando os venço
E mesmo nas oscilações e complexidades do meu existir
Eu consigo acessar os maiores aprendizados

Sou âncora, sou barco, sou luz, sou escuridão
Sou forte, sou fraco, sou água, sou chão
Sou frio, sou quente, sou mente, sou coração...

Sou o nada de um tudo incerto
Sou o tudo de um nada inconstante
Sou autor de minha própria jornada, protagonista e coadjuvante!

(Enildo Duarte)

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