Tempo esse que rege nossos dias
Que
delimita os nossos espaços
Que tornam os momentos finitos
Que a todo instante
nos lembra que precisamos construir, mudar, lapidar
Que precisamos conquistar,
amar e eternizar...
Tempo esse da ordem do imprevisível
Que não nos dar pista
do que iremos viver, olhar, sentir
De quem
iremos encontrar, reencontrar ou perder
Que nos faz questionar o sentido de
estarmos aqui
De sentir o que sentimos, de atuar como atuamos e de registrar o
que mais nos toca...
Tempo esse da ordem do intenso
Que é internalizado por cada
um de uma maneira peculiar e interpretado conforme as nossas vivências, feridas
e cicatrizes
Que torna intenso o despertado pelo imprevisível
Que torna
eterno a dimensão o que se é intenso...
Tempo esse da ordem das profundezas
Que nos faz encontrar nas ambiguidades os sentimentos mais estridentes
Que nos permite enxergar no medo o amor mais puro
Que mostra um carinho apagado presente entre o ódio e a raiva
Pela covardia, pelo orgulho de se manter sempre mudo...
Tempo dos novatos e dos extremos
Que guarda, que pune, que ensina, que une...
Que aproxima, que retêm, que supera, que exclui...
Que fortifica, que enfraquece, que derruba, que seduz...
Tempo do intenso, tempo do imprevisível, tempo do universo, tempo do tempo, tempo guardião do existir, tempo...
(Enildo Duarte)